PoliticaCultural
Maiakovski recitando para os trabalhadores-
Neste momento em que vivemos, a sociedade capitalista se assemelha a um titanic: um grande navio a mercê do mar bravio, sendo tragado irreversivelmente. Todas as suas forças voltadas para a sua salvação são inúteis, porque ela não considerou o devir. Isso ocorre em todos os campos da vida social. Do psíquico ao econômico. Todos os seus esforços tecnológicos buscando gerar lucro deram com os burros n'agua. Dos antigos parques industriais hoje constatamos metrópoles a fora imensos depósitos de ferros velhos, todos sucatas de invenções tecnológicas. Do antigo motor a carvão ao chip, assistimos ao desperdício de mão-de-obra, de pesquisas, investimentos, matérias-primas, tudo transformado em lixo.
Isso ocorre devido ao estreitamento da margem de lucro no mundo da concorrência capitalista. Hoje, não adianta mais inventar algo visando enriquecer amanhã. A disputa pelo consumidor virou guerra sem quartéis. E os produtos novíssimos hoje, amanhã, são obsoletos. Vide o celular: todo dia tem uma novidade nesse mercado. E ninguém pode se conter, nem o fabricante nem o consumidor, porque amanhã é sim outro dia e tem que haver tecnologia nova.
Quem para, morre!
O mesmo ocorre na cultura. Com o avanço tecnológico, a indústria cultural vê-se obrigada a se adaptar. A velocidade da vida cotidiana do mundo atual impede que o empreendedor cultural almeje levar o seu consumidor a uma sala de exposição, seja cinema, teatro, show e até lançamento de um simples livro. O mundo, hoje, resume-se a uma "live". E pronto!
Portanto, nós, que somos simples mortais, também somos produtores culturais, e precisamos nos encarar enquanto tal. Se hoje queremos ver um filme, com certeza não queremos aquela tecnologia antiga, do cinema mudo, em preto e branco, do Chaplin, do Mazaropi ou do Einsenstein. Claro! Nós queremos a ultima tecnologia. Mas para isso, precisamos de poder aquisitivo. Temos? Claro que não. É aí que mora o X da questão. 1/% da humanidade pode, e nós não podemos, sequer pensar em tais benesses. Por quê? Porque nós vivemos numa sociedade divida em classes. Há os que exploram e há os são explorados. Aonde você se encontra? Percebe a questão?
Por isso, nós, os explorados, precisamos pensar numa politica cultural para nós. Precisamos produzir uma arte que reflita o nosso modo de vida e denuncie a forma porque vivemos em condições de miserabilidade. Se somos nós, os trabalhadores, que produzimos tudo, por que não desfrutamos de tudo? É isso. Nossa música precisa dizer isso. Nossas artes plásticas precisam expressar isso. Nossa literatura - conto, crônica, poesia, romance, teatro, novela - precisa refletir a nossa vida real. Nada de novelas globais, nada de livros estrangeiros, nada de nos encantarmos com sagas sobre coisas desconhecidas. Nosso mundo é o que vivemos e é sobre ele que devemos refletir para nos libertarmos da dominação capitalista. Chega de enriquecer os outros. Vamos produzir para nossos semelhantes. Eu compro o seu produto e você compra o meu.
Cooperativas de produção cultural já!!
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