Luiz Eurico Tejera Lisbôa
- Jornal A VERDADE junho 2019 -
Durante as buscas feitas do Comitê Brasileiro Pela Anistia pelos corpos dos desaparecidos políticos, vítimas da ditadura militar, Luiz Eurico Tejera Lisbôa foi o primeiro a ser encontrado no Cemitério Dom Bosco, em Perus - SP.
*
EU
sou um poeta da revolução.
A minha pena é uma espada.
E o meu canto
se eu canto
é um canto de guerra.
Há um novo tempo
de novas coisas!
Todos sabem
a mudança é irreversível.
Mas as velhas formas
não vêm
sem um último gesto
de desespero.
O importante é persistir,
confiar na vitória do povo.
Avancemos
seguros
passo a passo
Pois a história não se volta
sobre si mesma
É uma espiral infinita
que nada consegue deter!
&
Este é um tempo de decisões.
O canto certo
tem que ser direto
e atingir como uma bala de fuzil.
&
Há um povo que sofre.
Há um povo que geme.
E há outros
como eu
que embora
saibam desse sofrimento
e ouçam esses gemidos
não sofrem
e não gemem.
Ah! prisão de minha classe...
Amarras de minha família
Cordames de meus vizinhos
tendões de meus amigos
redes do meu lar e minha escola
Todos! Todos eu rompi.
E encontrei melhor família
na fraternidade universal
melhores amigos
nos companheiros de luta
e dei sentido à vida
ao lado dos que sofrem
e dos que gemem
Ah! Prisão de minha classe!...
Pouco a pouco
aumenta a brecha dos teus muros
pouco a pouco
encontro a minha
LIBERDADE.
***
EU
sou um poeta da revolução.
A minha pena é uma espada.
E o meu canto
se eu canto
é um canto de guerra.
Há um novo tempo
de novas coisas!
Todos sabem
a mudança é irreversível.
Mas as velhas formas
não vêm
sem um último gesto
de desespero.
O importante é persistir,
confiar na vitória do povo.
Avancemos
seguros
passo a passo
Pois a história não se volta
sobre si mesma
É uma espiral infinita
que nada consegue deter!
&
Este é um tempo de decisões.
O canto certo
tem que ser direto
e atingir como uma bala de fuzil.
&
Há um povo que sofre.
Há um povo que geme.
E há outros
como eu
que embora
saibam desse sofrimento
e ouçam esses gemidos
não sofrem
e não gemem.
Ah! prisão de minha classe...
Amarras de minha família
Cordames de meus vizinhos
tendões de meus amigos
redes do meu lar e minha escola
Todos! Todos eu rompi.
E encontrei melhor família
na fraternidade universal
melhores amigos
nos companheiros de luta
e dei sentido à vida
ao lado dos que sofrem
e dos que gemem
Ah! Prisão de minha classe!...
Pouco a pouco
aumenta a brecha dos teus muros
pouco a pouco
encontro a minha
LIBERDADE.
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